Interação entre recursos biológicos acima e abaixo da superfície para melhoria da sanidade química e biológica do solo

Autores

  • Ghanshyan Tripati
  • Brij Mohan Sharma

DOI:

https://doi.org/10.15361/1984-5529.2006v34n1p75%20-%2091

Resumo

Impactos de diferentes modos de uso da terra na densidade de fauna, na dinâmica de nutrientes e nas propriedades bioquímicas do solo foram estudados em sistemas agrossilviculturais em Jodhpur, distrito de Rajasthan, Índia. Os usos selecionados foram combinações de árvores (Zizyphus mauritiana, Prosopis cineraria, Acacia nilotica) e culturas (Pennisetum glaucum, Vigna radiata, Sesamum indicum). O solo é um aridissol, tipo hipotérmico misto. Populações de Acari, Myriapoda, Coleoptera, Collembola, outros artrópodos e a fauna total do solo apresentaram modificações significativas em relação a diferentes práticas de uso da terra e às espécies de árvores. Na maioria dos casos, as populações dos diferentes grupos de fauna do solo foram maiores sob a copa somente de árvores do que em diferentes sistemas de cultivo com árvores. Entretanto, isso não ocorreu com o solo cultivado com V. radiata, que apresentou maior população de fauna do que a área somente com árvores. Diferentes grupos de fauna do solo mostraram correlação positiva significativa entre eles. Os Coleoptera exibiram a associação mais alta com todas as áreas de agrossilvicultura. Entretanto, o sistema com Z. mauritiana indicou efeitos benéficos maiores para todos os grupos de fauna do solo. A temperatura e o pH do solo diminuíram, mas a umidade do solo, o carbono orgânico, o nitrogênio disponível, o fósforo em forma de fosfato, a respiração do solo e a atividade de desidrogenase aumentaram consideravelmente sob a copa de árvores, em comparação com áreas abertas. No entanto, esses constituintes químicos não diferiram entre árvores e culturas, o que pode decorrer de aumento da atividade biológica em solo cultivado. A temperatura e o pH do solo na área de V. radiata foram mais baixos do que nas áreas com P. glaucum e S. indicum. Por outro lado, o gradiente de umidade do solo, o carbono orgânico e a matéria orgânica, o nitrogênio nítrico e amoniacal, o fósforo em forma de fosfato, a respiração do solo e a atividade de desidrogenase seguiram a ordem V. radiata> P. glaucum> S. indicum. Portanto, o aumento da temperatura e do pH do solo poderia ser, principalmente, responsável pelo decréscimo dos valores dos constituintes químicos e bioquímicos de solos cultivados no deserto. A correlação negativa da temperatura do solo com diferentes características do solo, exceto pH, mostra que o aumento da temperatura do solo não leva à melhoria do solo no deserto. A correlação negativa do pH do solo com outras propriedades químicas e biológicas pode ser devida à diminuição do pH causada pela decomposição dos restos orgânicos e pela formação de ácido húmico. A correlação positiva significativa entre carbono orgânico, nitrogênio nítrico e amoniacal, fósforo disponível, respiração do solo e atividade de desidrogenase reflete claramente aumento nos nutrientes do solo com o aumento da atividade microbiana e outras atividades bióticas. A consorciação de Z. mauritiana com V. radiata foi a melhor para práticas agrossilviculturais em região árida. O aumento de nutrientes no solo e da atividade microbiana está associado com o aumento na população da fauna do solo. Isso sugere que a adição e a decomposição de restos orgânicos em sistemas agrossilviculturais em região árida induzem a atividade dos recursos microbianos e faunísticos para melhorar a qualidade química e biológica do solo.Palavras-chave adicionais: agrossilvicultura; sistemas agroflorestais; fauna; nutrientes; respiração; atividade de desidrogenase.

Publicado

03/04/2008

Como Citar

TRIPATI, G.; SHARMA, B. M. Interação entre recursos biológicos acima e abaixo da superfície para melhoria da sanidade química e biológica do solo. Científica, Dracena, SP, v. 34, n. 1, p. 75–91, 2008. DOI: 10.15361/1984-5529.2006v34n1p75 - 91. Disponível em: http://cientifica.org.br/index.php/cientifica/article/view/32. Acesso em: 13 nov. 2024.

Edição

Seção

Zootecnia - Animal Production

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